Caminho francês para Santiago, o caminho com maior tradição histórica e o mais internacionalmente conhecido

Casa das conchas é um belo edifício no centro desta cidade histórica. O seu nome deve-se às dezenas de conchas - símbolo de Santiago esculpidas nas suas fachadas.

A nível arquitetônico não nos podemos esquecer da sua Universidade, a mais antiga de Espanha e a terceira mais antiga da Europa, fundada ainda no século XII. É um orgulho da cidade uma das referências com um valor histórico inigualável.

Possui duas Catedrais, a Velha e a Nova, bem como o Museu de Arte Nova e a Universidade Pontifícia.

Albergue de peregrinos de Salamanca

Ontem fui recebido de uma forma muito amável por Paquita, uma senhora voluntária e hospitaleira já com uma idade avançada, no entanto com um grande coração.

No mesmo albergue estava Ramón um peregrino Espanhol que já percorreu milhares e milhares de quilômetros tanto em bicicleta como a pé nos vários Continentes: Europeu, Asiático, Africano. Foi tão bom poder partilhar algumas conversas, e momentos com estes companheiros de jornada.

Paquita e Ramón são estes pequenos momentos que nos marcam para sempre e é os pequenos detalhes que marcam o nosso Caminho seja o da vida seja o de Santiago.

Paquita o Caminho de Santiago precisa de hospitaleiras como tu. Ramón continua a desfrutar da vida e espero um dia voltar a encontrar-te.

Salamanca é uma cidade histórica com uma abundância arquitetônica pelos seus imensos edifícios de arenito dourado que parecem brilhar à luz intensa do sol. Um destino mágico com um rico legado histórico, muita cultura, ótima gastronomia e atrações turísticas imperdíveis em cada detalhe e recanto repleto de charme.



Zamora, Espanha

Aqui é possível visitar ruínas do antigo Castelo, o Portillo de la Traición e a Puerta del Obispo, e a sua catedral românica.

Não menos importante a Rua de Francos, o Miradouro de Troncoso sobre o Rio Douro, o exterior das diversas igrejas românicas, e a famosa figura do herói lusitano Viriato.

Não poderei deixar de fazer referência à Plaza Mayor onde se encontra a antiga Câmara Municipal.

Zamora é uma cidade de muitos encantos eu diria mesmo para desfrutar em slow motion, tudo isto porque Zamora é uma formosa cidade espanhola muralhada, que se ergue na margem do Rio Douro, detentora dum riquíssimo património histórico, cultural e gastronómico.

Zamora é uma cidade com um bom número de museus: o Museu Baltasar Lobo, o Museu da Catedral, o Museu da Semana Santa, o Museu Diocesano, o Museu de Zamora, o Museu Etnográfico de Castilla y León e o Centro de Interpretação das Cidades Medievais.

Segundo dia: Motamarta a La Bañeza, 87 km

Hoje foi uma etapa plana, maioritariamente em bons caminhos de terra batida.

Em Benavente tive a oportunidade de visitar as ruínas do antigo castelo dos Condes de Benavente, um dos maiores da época.

Está localizado numa colina, hoje o seu elemento mais significativo é a "Torre del Caracol" transformado num Hotel digno de ser visitado. 



Terceiro dia: La Bañeza a Rabanal del Camino, 50 km

Astorga

Astorga é uma cidade riquíssima pela seu património histórico e artístico.

Astorga cruza o Caminho de Santiago da Via da Prata e o Francês.  É uma cidade amuralhada de grande beleza, onde se destaca sua Catedral e o Palácio Episcopal, este último projetado por Antoni Gaudí. A cidade também guarda muitas lembranças do seu passado romano.

A Catedral de Astorga é esplêndida um dos lugares mais conhecidos da cidade.  Pode-se destacar tanto a sua fachada principal bem como o seu interior.

Quarto dia: Rabanal del Camino a Vila Franca del Bierzo, 65 km

Hoje deixei Rabanal del Camino para iniciar o caminho rumo aquele que é considerado o ponto com mais carga simbólica do Caminho Francês que é subida à Cruz de Ferro. É uma subida com cerca de 8 km alcançado os 1505 metros de altitude.

Sobre um monte de pedras ergue-se uma pequena cruz de ferro. Este lugar é místico e a sua Cruz de Ferro é um ponto mágico entre o céu e a terra.

Em Ponferrada encontra-se:

Museu do Comboio

Aqui é possível encontrar locomotivas a vapor de diferentes modelos usadas outrora para transportar carvão.

Este museu é uma outra amostra da evolução tecnológica nos caminhos de ferro.

Museu Rádio - Luís del Olmo

Este museu conta com uma extraordinária coleção de rádios.

É possível ver a evolução técnica e estética porque foram passando estes aparelhos de rádio.

Museu da Energia

Este museu está situado na antiga central térmica de Ponferrada onde o carvão é o ator principal.

É possível ver como se produzia eletricidade a partir do carvão.

Também permite visualizar como era a vida das pessoas naquela época.

Villafranca del Bierzo, por sua vez é uma cidade pequena, mas cheia de encantos.

Tem um grande conjunto monumental e o seu caráter compostelano fizeram desta cidade um importante centro turístico

É a última cidade de importância que o Caminho de Santiago atravessa por terras leonesas.



Quinto dia: Vila Franca del Bierzo a Sarria, 70 km



Hoje a montanha lá estava há minha espera. Cheguei aquela que é considerada por todos como a etapa rainha do Caminho Francês!

A Subida ao Cebreiro é dura mas tem umas soberbas paisagens. Foi uma bela despedida da Província de León e Castilla para entrar na Galícia.

Cebreiro

O Cebreiro é uma antiga aldeia de casas de palha localizada a 1330 metros de altitude.  Preserva um conjunto de casas pré românicas de forma circular e telhado de colmo.

Um local mítico é sem dúvida uma paragem obrigatória no caminho. Depois desta bela mas dura subida deixei para trás Castela e Leão e entrei na Galiza.

Sarria, Galicia España

O caminho de Santiago também é isto partilha de momentos, sou o único Português, entre Italianos, e Franceses o ambiente é espetacular

Sexto dia: Sarria a Arzúa, 77 km

Hoje deixei Sarria para trás esta etapa é para muitos peregrinos o seu primeiro dia.

Sarria está muito perto dos míticos 100km, a distância mínima necessária para se obter a Compostela do Peregrino que faz o Caminho de Santiago a pé.

Mais um dia típico de Caminho de Santiago pela montanha-russa que caracteriza a Galiza, um sobe e desce constante.

 

Sétimo dia: Arzúa a Santiago de Compostela, 40 km

Percorrer o caminho de Santiago seja a pé ou de bicicleta permite-nos ter como como companheiro de viagem o som da natureza.

Desta vez fiz o Caminho a Solo mas diz o ditado "tanto na vida como no Caminho nunca estamos sós". É a verdade é que em momento algum me senti só, convivi com peregrinos vindo de todo o Mundo, acompanhados pelos seus inseparáveis bastões e conchas para cumprir o seu sonho, chegar à Catedral de Santiago e a bela Praça do Obradoiro.

De fato porquê fazer o Caminho a correr?

O Caminho é para ser vivido, um dia de cada vez, km a, km.  A emoção da chegada à Plaza del Obradoiro é sempre um sentimento indescritível.

Na imagem abaixo é possível ver o mapa marcando todo o percurso feito pelo Antonio Rui Nogueira para Santiago de Compostela, pelo caminho francês

Observação: Antonio Rui Nogueira percorreu em um total de 472 km nos 7 dias de viagem, a diferença se deu devido aos pontos de acesso / saída das cidades visitadas.