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Estudo canadense mostra maiores riscos à saúde mental entre jovens de 16 a 24 anos com a pandemia de Covid-19

Estudos mostram que a pandemia de Covid-19 gerou um impacto significativo em todo o mundo sobre a saúde mental, estudo realizado por Kourgiantakis T. e colaboradores da Faculdade de Serviço Social da Universidade de Toronto e que foi publicado na Canadian Journal of Public Health mostra maiores preocupações com a saúde mental em jovens de 16 a 24 anos durante a pandemia.
O estudo destaca que houve um aumento nas preocupações relacionadas à saúde mental, uso de substâncias (lícitas e ilícitas), uso (exacerbado) da tecnologia e risco de suicídio na juventude durante a pandemia.
Outro ponto abordado pelo estudo foi o aumento do estresse e da carga para os pais que apoiam um jovem com problemas de saúde mental.
Segundo os autores estes fatores estão relacionados com o serviços de saúde mental inadequados e desiguais para os jovens e suas famílias, o que contribuiu para a sobrecarga do cuidador, que ainda segundo os autores enfrentou dificuldades com o isolamento, maiores responsabilidades e preocupações financeiras.
O estudo foi realizado com jovens canadenses analisando o sistema de saúde do país, mas como isso se relaciona com o Brasil?
Em publicação feita pelo Ministério da Saúde disponível na Biblioteca Virtual em Saúde “a agenda de saúde frente à pandemia engloba uma gama enorme de áreas que devem ser cobertas, mas é preciso chamar a atenção da comunidade médica e, também, da população para o risco de uma epidemia paralela, que já dá indícios preocupantes: o aumento do sofrimento psicológico, dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais”
O Ministério da Saúde ainda destaca que os sintomas psíquicos e consequentemente a saúde mental pode ser afetada pela ação direta do vírus da Covid-19 no sistema nervoso central, as experiências traumáticas associadas à infeção ou à morte de pessoas próximas, o estresse induzido pela mudança na rotina devido às medidas de distanciamento social ou pelas consequências econômicas, na rotina de trabalho ou nas relações afetivas, assim como interrupção de tratamento por dificuldades de acesso.
Em todo o mundo houve durante a pandemia uma interrupção e/ou dificuldade de tratamento de diversas condições clinicas, dentre elas, os transtornos mentais, assim como é abordado no estudo canadense em que segundo os autores “o sistema de saúde mental não prestou atendimento adequado e equitativo aos jovens e suas famílias durante a pandemia.”
Ainda segundo os autores “o sistema de saúde mental oferecia menos apoio e pior qualidade de atendimento, e isso era ampliado para populações específicas de jovens e aqueles que precisavam de cuidados especializados”
Com isso, estes além de muitos outros trabalhos acadêmicos buscam formas de tratar de políticas públicas que possam garantir o acesso e continuidade de tratamento para a manutenção da saúde mental, que vão desde crises de ansiedade a até mesmo casos de depressão e síndrome do pânico.
Quais são as medidas práticas que nos auxiliam a cuidarmos da nossa saúde mental?
É consenso na literatura que nunca se deve negligenciar mesmo que condições que são tidas como simples como insônia, irritabilidade e desanimo, quando estas persistirem é fundamental a busca e ajuda de um profissional.
Assim como medidas práticas auxiliam no nosso dia a dia para termos uma melhor saúde mental:
- Ter uma alimentação equilibrada, carências nutricionais tendem a intensificar sintomas como fadiga e até mesmo depressão;
- Praticar atividade física de forma regular. O exercício físico feito de forma regular tende a melhorar o fluxo sanguíneo em todo o corpo assim como no sistema nervoso central, assim como pode aumentar a produção de neurotransmissores e neuromoduladores como beta-endorfina e BDNF que leva a sensação de prazer e melhor funcionamento do sistema nervoso central, respectivamente;
- Fique atento ao seu sono, não somente as horas de sono, mas também a sua rotina diária antes de dormir. Situações que levam ao estresse e a quadros de ansiedade antes tendem a diminuir a qualidade do sono e a aumentar ainda mais quadros de ansiedade e depressão. Evitar estar “conectado” próximo ao horário de dormir, separar e respeitar horário de trabalho com momentos de descanso é fundamental.
Diversas outras estratégias como, separar momentos para leitura fora do contexto de trabalho, momentos de lazer e interação social e até mesmo meditação são descritos como formas de manter uma boa saúde mental.
Para quem quiser saber mais
Kourgiantakis, T., Markoulakis, R., Hussain, A. et al. Navigating inequities in the delivery of youth mental health care during the COVID-19 pandemic: perspectives of youth, families, and service providers. Can J Public Health 113, 806–816 (2022).
Saúde mental e a pandemia de Covid-19. Biblioteca Virtual em Saúde, Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/saude-mental-e-a-pandemia-de-covid-19/

Fábio Medici Lorenzeti,
Diretor e treinador na Medici Assessoria Esportiva.
Diretor técnico da Liga de Desportos de Rendimento e de base da capital, vale do paraíba e litoral norte (LIDER)
Mestre em Ciências (EEFE-USP, Lab. de nutrição e metabolismo aplicado a atividade motora)
Autor dos livros: Nutrição e Suplementação Esportiva: aspectos metabólicos, fitoterápicos e da nutrigenômica (2015, Phorte); Exercício, Emagrecimento e Intensidade de Treinamento: aspectos fisiológicos e metodológicos (2013/2ª ed., Phorte); Biologia e Bioquímica: Bases aplicadas às ciências da saúde (2011, Phorte). Além de outros trabalhos científicos nacionais e internacionais.
