Como não cair no doping acidental por tratamento clínico

Uma das grandes dúvidas de atletas competitivos (principalmente amadores) em relação ao doping no esporte envolve o uso de medicamentos para o tratamento clínico. Grandes exemplos envolvem o tratamento de doenças crônicas como a Asma, além de condições reumatológicas em que o paciente / atleta deve fazer o uso de fármacos / medicamentos de controle e que podem estar listados como substâncias proibidas.

Em entrevista o Dr. Fernando A. Soléra, Médico, Oficial Médico da FIFA | CONMEBOL | CBF | Membro do Comité de Direito Desportivo da OAB | Membro da Câmara Técnica de Medicina do Esporte do CFM, responde como deve ser o posicionamento do atleta e consequentemente a atenção de todos os envolvidos com o esporte.

“O grande valor da Atividade Antidopagem é oferecer a oportunidade ao atleta a possibilidade do mesmo não cair em um Controle Positivo por descuido, desconhecimento.

Sem dúvida a melhor ação é a EDUCAÇÃO, palestras para atletas, dirigentes, médicos, enfim todo o pessoal de apoio do atleta são ferramentas baratas e eficientes.

O correto é que o atleta tenha o primeiro contato com a Antidopagem através de uma atividade educacional, não por um Controle de Doping.

Assim como o esporte limpo, a saúde é desejo de todos, atletas não precisam deixar de se tratar dignamente por receio de tomar algum medicamento que está na Lista Proibida; na verdade com a ajuda de um Médico do Esporte, basta uma avaliação do caso concreto do paciente/atleta e fazer uso da solicitação da Autorização de Uso Terapêutico (AUT).

Esse documento existe para que o atleta e seu Médico assistente solicitem o uso de um fármaco que está na Lista Proibida.

Seguindo algumas regras de solicitação de AUT e encaminhando documentação como Relatório Médico + fundamentação Médica + exames pertinentes, o grupo de avaliação de AUT (CAUT) terá condições de fazer uma avaliação técnica da solicitação em questão e se for pertinente, autorizar o uso do fármaco.

Sem dúvida esse é o ponto mais sensível do meu trabalho, o universo da farmacologia clínica e a Lista Proibida de Substâncias e Métodos da WADA.”